Castro Alves (ago/1870)
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso,
Que te elevas da noite orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada ...
Sobre as névoas te libras vaporoso ...
Baixas do céu num vôo harmonioso! ...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
Cerca-te a fronte, ó ser misterioso! ...
Onde nos vimos nós? ... És doutra esfera?
És o ser que eu busquei do sul ao norte ...
Por quem meu peito em sonhos desespera? ...
Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte!
És talvez o ideal que est'alma espera!
És a glória talvez! Talvez a morte! ...
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