sábado, 23 de junho de 2012

Maybe I'm Amazed



Após a separação dos Beatles, Paul McCartney lançou, em 1970, o álbum "McCartney" que tinha a penúltima faixa do lado B a música "Maybe I'm Amazed". Essa música foi o primeiro sucesso de Paul, após os Beatles.

Maybe I'm Amazed - http://www.youtube.com/watch?v=cm2YyVZBL8U

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Helter Skelter

 

Paul McCartney é bastante lembrado por suas baladas românticas. Na época dos Beatles, ele era visto como o bom moço, enquanto John Lennon era o roqueiro rebelde, George era um cara na dele e Ringo o mais bem humorado. O curioso é pensar que a música mais pesada da banda foi composta por Paul, Helter Skelter, considerada por muitos o primeiro hard rock da história. A inspiração foi uma crítica do jornalista Chris Welch, no Melody Maker, sobre a música "I Can See For Miles" do The Who, que destacava o quanto a música era pesada. Paul escutou a música e não concordou com Welch, resolveu mostrar a sua versão para o que ele considerava uma música pesada. 

A música compõem uma das faixas do Álbum Branco dos Beatles, de 1968. Helter Skelter é sobre um brinquedo de um parque de diversões, denominação bastante conhecida na Inglaterra.


Charles Manson foi um criminoso que justificou assassinatos hediondos graças as interpretações absurdas que fez de músicas dos Beatles, principalmente Helter Skelter. Manson saiu da cadeia, em 1967, e formou uma comunidade Hippie com jovens que tentavam se aventurar longe de suas famílias, mas não conseguiam se sustentar. Manson acolheu esses jovens e passou a explicar para eles, que o mundo estava prestes a enfrentar uma "guerra racial" entre os brancos e os negros e que ele tinha a missão de tentar salvar  a raça branca da extinção, criando um poço gigantesco no deserto da Califórnia, onde essa comunidade, conhecida como "família Manson", ficaria abrigada até terminar o conflito. Charles Manson tirou essas idéias das letras das músicas dos Beatles

Dois episódios de assassinatos que aconteceram em Los Angeles, em 1969, chocou os Estados Unidos. A "família Manson" passou a cometer roubos e assaltos, influenciada pelo seu líder, Charles Manson, sem que ele estivesse presente nos crimes. Os jovens seguidores de Manson estiveram no período da tarde de 9 de agosto na casa de Sharon Tate, modelo e esposa, grávida de 8 meses, do diretor de cinema Roman Polanski, que estava na Europa participando de um festival de cinema. Eles pediram alguma coisa para comer e beber, e foram bem atendidos. A noite Sharon recebia dois casais de amigos para um jantar quando teve novamente a visita da "família Manson" que os espancou, esfaqueou e baleou, e escreveram com o sangue das vítimas nas paredes da casa nome das músicas dos Beatles. Na noite seguinte a "família Manson" invadiu a residência do casal Rosemary e Leno LaBianca, cometendo a mesma atrocidade.

Charles Mansons e vários dos integrantes do seu grupo responderam a processo e foram presos. O julgamento foi o mais longo da História dos tribunais norte-americanos até aquela data. As interpretações e a eloquência de Manson deixou todos boquiabertos. 

A música Helter Skelter também foi gravada pelo U2, Ian Gillan, Möttley Crüe, Aerosmith, Siouxsei & The Banshees e Stereophonics. Abaixo a versão original dos Beatles, composta por Paul McCartney:






quinta-feira, 21 de junho de 2012

A morte de Paul McCartney



Texto: Bob Spitz

Na  sexta-feira, 10 de outubro de 1969, Russ Gibb, locutor de uma rádio de Detroit, a WKNR FM, deixou os ouvintes atônitos ao dar a notícia de que Paul estava morto. Na verdade, ele estava morto havia alguns anos, insistiu Gibb, desde novembro de 1966, quando, "às 5 horas de uma manhã chuvosa [ ... Paul ] estava passeando em seu Aston-Martin; o carro bateu e o beatle morreu". Como ele sabia disso? Gibb havia chegado a essa incrível conclusão depois de ler a crítica de "Abbey Road" feita por um aluno da Universidade de Michigan, chamado Fred LaBour, que apresentava indícios bastante complexos, os quais seriam a prova de que Paul havia morrido e fora substituído por um dublê. A capa de "Abbey Road", por si só, já era fonte de numerosas evidências: Ringo está vestido com roupa de agente funerário, enquanto Paul caminha atrás dele - descalço, como o corpo é preparado para o enterro na Itália. É verdade, a foto propriamente dita lembra uma procissão funerária. A placa do Volkswagen era outro sinal: 28 IF, sugerindo que Paul teria 28 anos se estivesse vivo. (O fato de a placa ser, na verdade 281 F não foi o bastante para contrariar a teoria conspiratória.) Havia mais. Na foto da contracapa de "Magical Mystery Tour", Paul está de cravo preto na lapela, enquanto John, George e Ringo usam cravos vermelhos; na capa, Paul está vestido com fantasia preta, ao passo que os outros estão de branco; dentro do álbum, uma foto mostra Paul, vestido de soldado, atrás de uma placa que diz "I Was You". Esse fato em especial convenceu Gibb, que se lembrou de um concurso de sósias de Paul McCartney realizado dois anos antes, no qual um concorrente chamado William Campbell foi escolhido vencedor. Sem dúvida, com uma pequena cirurgia plástica e um pouco de maquiagem, estava montada a fraude.

O anúncio de Gibb deu início a uma série de boatos que varreram o país. Todas as estações de rádio comerciais, complementadas por um exército de locutores de rádios universitárias audaciosos, acreditaram na história, colocando centenas de milhares de fãs confusos na busca de pistas nos discos dos Beatles. Como se fossem necessárias mais evidências, havia muitas a serem encontradas nos sulcos das faixas. Por exemplo, se "Strawberry Fields Forever" fosse tocada em 45 RPM em vez de 33 1/3, algumas pessoas juravam que John cantava "I burried Paul" (Eu enterrei Paul). No "Álbum Branco", se o repetitivo "number nine, number nine" fosse tocado de trás para a frente, elas ouviam uma voz que dizia "Turn me on, dead man, turn me on" (me ligue, homem morto, me ligue).Outras pessoas, ao ouvir "Revolution Nº 9" ao contrário, identificaram o som de um horrível acidente de trânsito (embora o mesmo pudesse ser dito dessa faixa quando ouvida normalmente), com uma voz que gritava "Get me out, get me out!" (Tire-me daqui, tire-me daqui!). E havia outras coisas mais, baseadas na audição ao contrário das gravações em estéreo: "He hit a pole! We better get him to see a surgeon. (Um grito.) So anyhow, be went to see a dentist instead. They gave him a pair of teeth that weren't any good at all so. (Som de buzina de carro) (Ele bateu em um poste! É melhor levá-lo a um cirurgião [...] No final, em vez disso, ele acabou indo ao dentista. Eles deram a ele uns dentes que não ficaram nada bons). Um locutor da WNEW FM de Nova York descobriu uma coisa no sulco do disco, entre "I'm So Tired" e "Blackbird"; quando a gravação era tocada ao contrário, ouvia-se John dizer : Paul is dead. Miss him. Miss him. Miss him ( Paul está morto. Sinto falta dele).

Paul está morto. A frase se tornou um refrão tão familiar quanto qualquer música de "Abbey Road". Os apresentadores da tevê martelaram o assunto, da mesma forma que os principais jornais. Paul está morto. E vendeu muitos discos, apesar das negativas veementes do próprio falecido. "Estou vivo e estou bem, e preocupado com os boatos sobre minha morte", ele disse à Associated Press, em pé, cheio de vida, na porta de sua casa, dez dias após a divulgação da notícia. "Mas, se eu estivesse morto, seria o último a saber." As vendas dos discos dos Beatles também dispararam, com "milhões de jovens fãs de olhos e ouvidos atentos aos sinais do suposto falecimento de Paul [...] nas capas e nos sulcos dos discos." Sgt. Pepper's ressurgiu no 124º lugar nas paradas americanas, com Magical Mystery Tour logo atrás, em 146º. E Abbey Road continuava a superar todos os concorrentes do momento em um milhão de unidades vendidas.

Embora "Paul está morto" estivesse dando aos Beatles todos os tipos de compensações financeiras, o tema em questão logo se transformou numa "grande chateação". Ele não podia ir a lugar nenhum ou fazer coisa alguma sem que um bisbilhoteiro criasse alguma confusão. "Será que você pode difundir a notícia de que sou apenas uma pessoa normal e quero viver em paz?", ele pediu ao correspondente da LIFE, que o localizou em carne e osso na sua fazenda na Escócia. "Que fique registrado: Paul não está morto."

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Os pais de Paul McCartney

Música de Paul McCartney que fala sobre família.
Let' em in - Ao Vivo no Rio de Janeiro, em 2011.
http://www.youtube.com/watch?v=75oycvjFIDM

A mãe de Paul McCartney, Mary Patricia.

Texto: Luiz Antonio da Silva


Paul nasceu James Paul McCartney, no dia 18 de junho de 1942, numa enfermaria particular do Walton Hospital em Liverpool, o único Beatle a nascer em tal ambiente luxuoso. Sua família era uma família comum da classe média. Isso foi no ponto culminante da guerra. Paul chegou em grande gala, porque sua mãe, durante uma certa época, havia sido irmã encarregada da enfermaria da maternidade. Deram-lhe um tratamento de estrela quando ela voltou para ter Paul, seu primeiro filho.

Sua mãe, Mary Patricia, abandonara o trabalho no hospital fazia apenas um ano, quando casou com seu pai, tornando-se health visitor (misto de enfermeira e assistente social). Seu nome de solteira era Mohin e, como o marido, era de descendência irlandesa.

Jim McCartney, o pai de Paul, começou a trabalhar aos quatorze anos como garoto de amostras em A. Hannay and Co., corretores e comerciantes de algodão em Chapel Street, Liverpool. Ao contrário da esposa, ele não era católico. Sempre se classificou como agnóstico. Jim nasceu em 1902, numa família de três irmãos e quatro irmãs.

Foi considerado de muita sorte, quando deixou a escola e conseguiu um emprego na indústria de algodão. Essa indústria estava em franco progresso e Liverpool era o centro de importação para os teares de Lancashire. Conseguir um emprego nesta indústria significava estar estabelecido para toda a vida.

Como menino de amostras, Jim recebia seis shillings por semana. Tinha de descobrir prováveis compradores de algodão e apresentar-lhes as amostras do artigo que lhes podeira interessar. A firma Hannay importava o algodão, separava-o, classificava-o e então vendia para as fábricas de tecidos.

Jim se desincumbiu muito bem no cargo e, aos vinte e oito anos, foi promovido a vendedor de algodão. Isso foi considerado um grande sucesso para um rapaz comum. Geralmente, os vendedores de algodão pertenciam à classe média. Jim foi sempre um rapaz simples e ativo, com um sorriso aberto e simpático.

Quando conseguiu essa grande promoção, deram-lhe um salário de 250 libras por ano. Salário não muito grande, mas bastante razoável. Jim era muito moço para a Primeira Guerra Mundial e muito velho para a Segunda, e com audição num só ouvido - ele teve um tímpano perfurado quando, aos dez anos de idade, caiu de um muro - por isso, não foi convocado. Contudo, era capaz de realizar algum tipo de trabalho durante a guerra. Quando o Mercado do algodão fechou, foi mandado, por esse motivo, para as fábricas de Napiers.

Em 1941, aos trinta e nove anos, Jim se casou. O casal mudou-se para quartos mobiliados, em Anfield. Quando Paul nasceu, ele trabalhava, durante o dia, em Napiers, e de noite, como bombeiro. Como sua esposa havia trabalhado no hospital, ele podia visitá-la quando bem entendia, não estando sujeito às horas de visita.

"Ele tinha uma aparência horrível, eu não podia suportar isso. Tinha só um dos olhos abertos e chorava o tempo todo. Eles o levantaram e ele parecia m pedaço horroroso de carne vermelha. Quando cheguei  em casa chorei, pela primeira vez, em muitos anos."

Apesar do trabalho médico de sua esposa, ele nunca teve doença de qualquer espécie. O cheiro de hospitais o fazia ficar nervoso, medo que Paul herdou dele. 

"Contudo, no dia seguinte, ele parecia mais humano. E, cada dia que passava, suas feições melhoravam. Afinal, ele se formou um lindo bebê."


Paul McCartney com o seu pai, Jim McCartney.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Eleanor Rigby


Eleanor Rigby é a 2ª faixa do álbum "Revolver" dos Beatles, lançado em 1966.

Texto: Steve Turner

Assim como aconteceu com muitas canções de Paul, a melodia e as primeiras palavras de "Eleanor Rigby" surgiram enquanto ele tocava piano. Ao se perguntar que tipo de pessoa ficaria recolhendo arroz em uma igreja depois de um casamento, ele acabou sendo levado à sua protagonista. Ela originalmente se chamaria Miss Daisy Hawkins, porque o nome encaixava no ritmo da música.

Paul começou imaginando Daisy como uma jovem, mas logo percebeu que qualquer uma que limpasse igrejas depois dos casamentos provavelmente seria mais velha. Se ela era mais velha, talvez fosse uma solteirona, e a limpeza da igreja se tornou uma metáfora para suas oportunidades de casamento perdidas. Então ele a baseou em suas lembranças das pessoas mais velhas que conheceu quando era escoteiro em Liverpool.

Paul continuou a pensar sobre a música, mas não estava confortável com o nome Miss Daisy Hawkins. Não seria suficientemente "real". O cantor de folk dos anos 1960 Donovan lembra que Paul tocou para ele uma versão da música em que a protagonista se chamava Ola Na Tungee. "A letra ainda não estava terminada para ele", conta Donovan.

Ele sempre dizia que optou pelo nome Eleanor por causa de Eleanor Bron, atriz principal de Help!. O compositor Lionel Bart, porém, estava convencido de que a escolha tinha sido inspirada por uma lápide que Paul viu no Putney Vale Cemetery em Londres. "O nome na lápide era Eleanor Bygraves", conta Bart, "e Paul achou que se encaixaria na música. Ele voltou para o meu escritório e começou a tocá-la no clavicórdio.

O sobrenome surgiu quando Paul deparou com o nome Rigby em Bristol em janeiro de 1966, durante uma visita a Jane Asher, que estava fazendo o papel de Barbara Cahoun em "The Happiest Days Of Your Life", de John Dighton. O Theatre Royal, casa do Bristol Old Vic, fica no número 35 da King Street e, enquanto Paul esperava Jane terminar o trabalho, passou por Rigby & Evens Ltd., Wine & Spirit Shippers, que ficava do outro lado da rua, no número 22. Era o sobrenome de duas sílabas que ele estava procurando para combinar com Eleanor.

A música foi concluída em Kenwood quando John, George, Ringo e o amigo de infância de John, Pete Shotton, se reuniram em uma sala cheia de instrumentos. Cada um contribuiu com ideias para dar substância à história. Um sugeriu um velho revirando latas de lixo com quem Eleanor Rigby pudesse ter um romance, mas ficou decidido que complicaria a história. Um padre chamado "Father McCartney" foi criado. Ringo sugeriu que ele poderia estar cerzindo as próprias meias, e Paul gostou da ideia. George trouxe a parte sobre "as pessoas solitárias". Paul achou que deveria mudar o nome do padre porque as pessoas pensariam se tratar de uma referência ao seu pai. Uma olhada na lista telefônica trouxe "Father Mckenzie" como alternativa.

Depois, Paul ficou tentando pensar em um final para a história, e Shotton sugeriu que ele unisse duas pessoas solitárias no verso final, quando "Father Mckenzie" conduz o funeral de Eleanor Rigby e fica ao lado de seu túmulo. A ideia foi desconsiderada por John, que achava que Shotton não tinha entendido a questão, mas Paul, sem dizer nada na época usou a cena para terminar a música e reconheceu mais tarde a ajuda recebida.

Espantosamente, em algum momento da década de 1980 a lápide de uma Eleanor Rigby foi encontrada no cemitério de St. Peter's, Woolton, a menos de um metro de onde John e Paul tinham se conhecido no festival anual de verão, em 1957. Está claro que Paul não tirou sua ideia diretamente dessa lápide, mas é possível que ele a tenha visto na adolescência, e o som agradável do nome tenha ficado em seu inconsciente até vir À tona pelas necessidades da canção. Na época ele afirmou: "Eu estava procurando um nome que parecesse natural. Eleanor Rigby soava natural".

Em mais uma coincidência, a empresa Rigby & Evens Ltd, cuja placa havia inspirado Paul em Bristol, em 1966, pertencia a um conterrâneo de Liverpool. Frank Rigby, que estabeleceu sua companhia na Dale Street, Liverpool, no século XIX.

Como single, "Eleanor Rigby" chegou ao topo da parada de sucessos britânica, mas seu auge nos EUA foi o 11º lugar.

Escute a música - Eleanor Rigby: http://www.youtube.com/watch?v=-LOgMWbDGPA

domingo, 17 de junho de 2012

O Olhar de Antanas Sutkus



"Maratona na rua da Universidade". Vilnius, 1959

Fonte: "Um Olhar Livre"
Catálogo do Museu Oscar Niemeyer.
Antanas Sutkus

Nesse Blog há mais informações 
Sobre o Fotógrafo Antanas Sutkus
Data de 10 de fevereiro de 2012

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Quais são os seus fotógrafos favoritos? Quais são as suas influências?

Eu tenho uma grande biblioteca de fotógrafos mundialmente famosos. Eu me interesso pelas suas ideias, pelas suas formas de expressão. Eu aprecio os trabalhos de Henri Cartier-Bresson, Andre Kertesz, Robert Doisneau, Robert Frank, Garry Winogrand, Lee Friedlander, Arnold Newman, Annie Leibowitz, Diane Arbus, Mary Ellen Mark. Livros que eu recebo da Alemanha, Polônia e comprados em sebos em Moscou e São Petersburgo. Comprei o livro "Family of Man" de Edward Steinchen muito cedo. Era muito importante para mim que a fotografia pudesse influenciar da mesma forma que a literatura. A exposição de Paul Strand, que eu vi durante um das minhas primeiras viagens ao exterior me deixaram uma grande impressão.
Entretanto, a fotografia não teve nenhuma grande influência no meu próprio estilo fotográfico. Na época em que eu comecei a seguir os eventos de fotografia no munto, eu já havia descoberto a minha personalidade.

A literatura e as outras artes exercem também grande influência no seu trabalho? A sua fotografia "Melodia da Solidão" transpõem a esfera fotográfica, soando através do papel uma triste melodia ... Qual a importância das outras artes no seu trabalho e de que forma esta importância se manifesta?

Os meus primeiros professores foram escritores como Camus, Kafka, Kerouac, Faulkner, Sallinger, Marquez, Kobo Abe, Dostoievski, Bulgakov. A tuberculose contribuiu muito para a minha educação, pois eu podia ler livros durante dezesseis horas por dia no hospital. O cinema também me influenciou: Bergman, Antonioni, Buñuel ... Os diversos impulsos artísticos são essenciais para o trabalho com arte. A arte me ajuda a compreender os problemas do homem. A música com certeza é a arte que mais profundamente penetra na alma, e eu a chamo de conversa divina.

(...)

Qual a relação que você cultiva com os personagens das suas fotografias? Quando você olha para as suas próprias fotografias, você os sente próximos, ou como Federico Fellini, você guarda uma distância em relação às suas fotos?

Eu não sinto nenhuma distância, ao contrário, os meus "heróis" me são, às vezes, até mesmo mais próximos do que os meus familiares. Eles me fazem lembrar e eu os amo. Há muito tempo eu aprendi que para fotografar é necessário amar as pessoas e a vida. Sem amor, a fotografia é impossível.

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quinta-feira, 7 de junho de 2012



WOODY GUTHRIE

"Odeio canções que fazem com que você pense que não tem nada de bom. Odeio canções que fazem pensar que nascemos para perder. Que somos fadados a perder. Bons para ninguém. Bons para nada. Porque você é muito velho ou muito jovem ou muito gordo ou muito magro ou muito feio para fazer isso ou aquilo. Canções que nos botam para baixo ou canções que desdenham da nossa falta de sorte ou de nossos caminhos difíceis. Levanto-me para combater esse tipo de canção até meu último suspiro ou a última gota de sangue. Levanto-me para cantar músicas que provem que esse é seu mundo e que se ele o atingiu com força e o jogou no chão uma dúzia de vezes, não importa a força com que ele o jogue no chão ou passe por cima de você, não importa sua cor, sua altura ou sua constituição física, levanto-me para cantar músicas que o façam sentir orgulho de si mesmo e de seu trabalho. E as músicas que eu canto são feitas, na maior parte, por gente de todo tipo, assim como você."

GUTHRIE, Woody. Born to Win (Nova York: Macmillan, 1965), pág. 223 (c) 1965 The Guthrie Children's Trust Fund. Escrito em 3 de dezembro de 1944.