segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Albert Camus



(Breve Biografia retirada da obra "A Queda")

"Cresci, como todos os homens de minha idade, ao rufo dos tambores da Primeira Guerra Mundial, e a nossa história, desde então, não cessou de ser assassínio, injustiça ou violência." Para Albert Camus, a revelação do absurdo da condição humana forneceu o tema central de sua obra.
Nascido a 7 de novembro de 1913, em Mongovi, Argélia, Camus perdeu seu pai na Primeira Guerra Mundial. Logo em seguida, a família mudou-se para Argel e mesmo vivendo na mais extrema pobreza, o jovem Albertt conseguiu forma-se em letras, graças a uma bolsa de estudos. Marcado pela tuberculose, trabalhou como funcionário público, vendedor de automóveis e meteorologista.
Aos vinte e um anos divorcia-se e, em 1937, publica sua primeira obra, "O Avesso e o Direito". Afasta-se do Partido Comunista, ao qual se vinculara de 1934 a 1935. No jornal "Algérie Républicaine", publica seus primeiros artigos. Em 1938, lança "Núpcias", livro de ensaios. É um período de intensa atividade, dedicado também à paixão pelo teatro. Funda o grupo teatral A Equipe e escreve "Caligula" (1938), uma de suas peças mais famosas.
Os problemas com a censura argelina obrigam-no a viajar para a França, onde se torna secretário de redação do jornal "Paris Soir". Casado pela segunda vez, termina seu primeiro romance, "O Estrangeiro". Com a ocupação de Paris pelos nazistas, transfere-se para Lyon, Nessa época, o sucesso de "O Estrangeiro", do ensaio "O Mito de Sísifo" e a edição clandestina de "Cartas a um Amigo Alemão" proporcionam ao escritor sólido prestígio.
No jornal "Combat", participa ativamente da resistência dos intelectuais franceses à invasão nazista. Em 1944, a montagem da peça "O Mal Entendido" não obtém sucesso, mas a reapresentação de "Calígula", no ano seguinte, alcança enorme repercussão.
Com o fim da guerra, uma nova fase da carreira do escritor vai começar. Camus discorda da nova orientação política do "Combat" e decide afastar-se do jornalismo. Em 1951, publica o romance "A Peste" e o ensaio "O Homem Revoltado", em que critica os regimes comunistas totalitários e a filosofia marxista. Esse livro provoca uma ruidosa polêmica e marca sua ruptura com escritores a quem sempre estivera ligado, como Jean-Paul Sartre.
Fiel à busca de justiça, liberdade e do sentido de responsabilidade individual, o autor prossegue sua obra, Em "A Queda" (1956), através das confissões de um advogado, sonda a alienação do homem face aos pequenos atos do dia-a-dia. Em 1957, recebe o prêmio Nobel pela coerência de sua obra e pela independência de seu pensamento. A 4 de janeiro de 1960, o escritor morre em acidente de automóvel, perto de Paris.
Camus manteve sempre distância suficiente para analisar o absurdo e afirmar a necessidade de superá-lo pela revolta e pela consciência. Seu humanismo contêm uma dimensão heroica e surge do confronto com as situações limites da condição humana.