domingo, 17 de junho de 2012

O Olhar de Antanas Sutkus



"Maratona na rua da Universidade". Vilnius, 1959

Fonte: "Um Olhar Livre"
Catálogo do Museu Oscar Niemeyer.
Antanas Sutkus

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Sobre o Fotógrafo Antanas Sutkus
Data de 10 de fevereiro de 2012

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Quais são os seus fotógrafos favoritos? Quais são as suas influências?

Eu tenho uma grande biblioteca de fotógrafos mundialmente famosos. Eu me interesso pelas suas ideias, pelas suas formas de expressão. Eu aprecio os trabalhos de Henri Cartier-Bresson, Andre Kertesz, Robert Doisneau, Robert Frank, Garry Winogrand, Lee Friedlander, Arnold Newman, Annie Leibowitz, Diane Arbus, Mary Ellen Mark. Livros que eu recebo da Alemanha, Polônia e comprados em sebos em Moscou e São Petersburgo. Comprei o livro "Family of Man" de Edward Steinchen muito cedo. Era muito importante para mim que a fotografia pudesse influenciar da mesma forma que a literatura. A exposição de Paul Strand, que eu vi durante um das minhas primeiras viagens ao exterior me deixaram uma grande impressão.
Entretanto, a fotografia não teve nenhuma grande influência no meu próprio estilo fotográfico. Na época em que eu comecei a seguir os eventos de fotografia no munto, eu já havia descoberto a minha personalidade.

A literatura e as outras artes exercem também grande influência no seu trabalho? A sua fotografia "Melodia da Solidão" transpõem a esfera fotográfica, soando através do papel uma triste melodia ... Qual a importância das outras artes no seu trabalho e de que forma esta importância se manifesta?

Os meus primeiros professores foram escritores como Camus, Kafka, Kerouac, Faulkner, Sallinger, Marquez, Kobo Abe, Dostoievski, Bulgakov. A tuberculose contribuiu muito para a minha educação, pois eu podia ler livros durante dezesseis horas por dia no hospital. O cinema também me influenciou: Bergman, Antonioni, Buñuel ... Os diversos impulsos artísticos são essenciais para o trabalho com arte. A arte me ajuda a compreender os problemas do homem. A música com certeza é a arte que mais profundamente penetra na alma, e eu a chamo de conversa divina.

(...)

Qual a relação que você cultiva com os personagens das suas fotografias? Quando você olha para as suas próprias fotografias, você os sente próximos, ou como Federico Fellini, você guarda uma distância em relação às suas fotos?

Eu não sinto nenhuma distância, ao contrário, os meus "heróis" me são, às vezes, até mesmo mais próximos do que os meus familiares. Eles me fazem lembrar e eu os amo. Há muito tempo eu aprendi que para fotografar é necessário amar as pessoas e a vida. Sem amor, a fotografia é impossível.

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