sábado, 14 de julho de 2012

Punks

Programa sobre os Punks na Transamérica Light (95,1), no programa Light News.
Eu, Maria Rafart, Deborah Fertonani e Clóvis Gruner.

Parte I - dia 25/06/2012
http://twitcam.livestream.com/anezc 

Parte II - dia  09/07/2012
http://twitcam.livestream.com/aw35j 




Manifesto Punk
Escrito por Clemente, vocalista e guitarrista do Inocentes.
Publicado em agosto de 1982, na revista "Gallery Around".

Nós, os punks, estamos movimentando a periferia - que foi traída e esquecida pelo estrelismo dos astros da MPB. Movimentando a periferia, mas não como Sandra Sá, que agora faz sucesso com uma canção racista e com uma outra que apenas convida o pessoal para dançar: ou, na verdade, o convida para a alienação. Nos nossos shows de punk rock, todos dançam; dançam a dança da guerra, um hino de ódio e revolta da classe menos privilegiada. Já Guilherme Arantes diz que é feliz, mesmo havendo uma crise lá fora, porque não foi ele quem a fez;nós também não fizemos esta crise, mas somos suas principais vitimas, suas vitimas constantes - e ele não. Nossos astros da MPB estão cada vez mais velhos e cansados, e os novos astros que surgem apenas repetem tudo o que já foi feito, tornando a música popular uma música massificante e chata. Mesmo assim, eles ainda consegue fazer o povo chorar. Não sei como, cantando a miséria do jeito que eles a vêem, do alto, mas que não sentem na carne, como nós. E também choram de alegria, quando cantam o dinheiro que ganham. Nós, os punks, somos uma nova face da música popular brasileira, com nossa música não damos a ninguém uma ideia de falsa liberdade. Relatamos a verdade sem disfarces, não queremos enganar ninguém. Procuramos algo que a MPB já não tem mais e que ficou perdido nos antigos festivais da Record e que nunca mais poderá ser revivido por nenhuma produção da Rede Globo de Televisão. Nós estamos aqui para revolucionar a música popular brasileira, para dizer a verdade sem disfarces ( e não tomar bela a imunda realidade): para pintar de negro a asa branca, atrasar o trem das onze, pisar sobre as flores de Geraldo Vandré e fazer da Amélia uma mulher qualquer.

Essa é a primeira música do Inocentes que se torna mais conhecida.



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