terça-feira, 15 de maio de 2012

VAZIO


Foto - Danilo Dal Molin Lopes

Texto - Edson Liberato

Não há menor possibilidade de transmitirmos tudo o que pensamos, sentimos e vivemos em palavras.
Não há nada que seja certo ou errado, o que existe é a vida e os nossos julgamentos que a limitam.
O homem que não podia voar já chegou a lua.
Limite?
A lua que era dos românticos foi conquistada por astronautas militares.
Sentido?
Sabemos que a lua nunca pertenceu a ninguém.
Quem a conquistou não fomos eu e você.
Ela não existe por nossa causa.
E quando não estivermos mais aqui.
Ela vai continuar inspirando tolos poetas românticos.

Pessoas vivem o seu cotidiano como fosse algo enfadonho e esquecem de ver a beleza nos detalhes.
Pessoas vivem o seu cotidiano como se a resposta fosse encontrada no futuro.
Pessoas vivem o seu cotidiano pensando naquilo que se perdeu no passado.
Pessoas só pensam no presente, e esquecem o passado, e não pensam no futuro.
Esses dias atrás eu li de algum pensador que a maior invenção do homem é o tempo.
Alguns se sentem velhos demais na sua juventude,
Outros se sentem jovens demais na sua velhice.
E quem sou eu para julgar o que as pessoas sentem, falam, pensam, ou fazem.

Simples divagações que não nos levam a nenhum lugar.
Será que existe, ou será que um dia já existiu um lugar para ir?
John Lennon falou certa vez que ele já esteve em todos os lugares e só foi se encontrar nele mesmo.
John Lennon compôs uma música que dizia que não acreditava em mais nada, a não ser no amor.
Será que precisamos acreditar em algo?
Será que existem respostas?

Talvez se a lua fosse ocupada pelos românticos, eles a tivessem destruído, assim como fazem com o amor.
Mas é claro que a razão não é a resposta. Ela não dá o conforto de um lindo sorriso inesperado.
Nem tudo a ciência consegue explicar perfeitamente.
O Amor, a Paixão ...
Existem apenas, assim como a vida.
Então a vida não tem sentido?
Então a vida precisa de um sentido?
Ninguém consegue explicar como chegamos até aqui.
Ninguém diz qual que é o caminho.
Eu sei que não existe destino.
Não me diga o que eu devo fazer.
Não quero saber de verdades.
Não minta para mim.
Não minta para você.
Em certos momentos tudo o que temos nos parece nada.
Em certos momentos o nada parece tudo ...

Mas todo o silêncio é rompido pelo piano de Tom Waits
E todo o frio que sinto parece que vai demorar para sumir.
Talvez tudo seja só impressão.
Não há respostas,
Não há sentido,
E essa noite eu não quero me perder
Essa noite eu não sei mais o que é possível, ou impossível, ou sei lá o que.
Essa noite, somente essa noite.
Eu não vou procurar respostas
Somente essa noite
Eu não quero saber.



3 comentários:

  1. E precisamos de sentido? A vida precisa de sentido? É muito confortável ter respostas o tempo todo, podemos viver sem respostas superficiais e de pura aparência?

    Estou lendo Sartre e desde que comecei destrui vários dos meus conceitos!
    Pela primeira vez vivo sem respostas e menos ignorante do que antes quando eu as tinha como uma segurança linear!

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  2. Concordo contigo Verônica. Infelizmente você não teve aula de filosofia comigo na faculdade. Algumas dessas questões eu discutia de maneira mais aprofundada na sala. Jean-Paul Sartre é um dos grandes filósofos que contribuem para refletir um pouco mais sobre a vida. Legal saber que você esta lendo Sartre. Fico feliz em saber que você lê o meu Blog. Espero que continue acompanhando e que sempre faça os seu comentários.

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  3. OBS.: Sartre - um dos grandes filósofos que contribuem para refletir um pouco mais sobre a vida e que eu admiro bastante.

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